27 de abr. de 2007

SYLVESTER STALLONE & RAINER MARIA RILKE

SYLVESTER STALLONE
Um parto de Baco, tuas plumas de sangue são castelos de veneno? Um deus dos partos, o castigo das musas, a ruína da margem, teus goles de hospício, teus pastores de luas, o deus pagão de todos os ventos do qual falava Dante. O carro do sol, tuas nuvens de flor, teus escuros escudos desfolhados: Sei que você gosta mesmo é de engolir tijolos concretistas logo no café da manhã. Um índio de parabólica, peixes do caos, na jugular do sol Stalonne vai sangrando pérolas, na jugular do sol. O céu de estrelas fixas, a inocência do camaleão, asa solta, você é o homem do presente. Arena de sombras, teu porto consumado, mancha lunar, tuas gemas de chumbo. Tele-ilusões e suas asas postiças, a noite está nos olhando com seus olhos de tigre (poderíamos muito bem falar: já que Godot não vem, vamos todos dançar ciranda com Guilherme Zarvos à espera do meio-dia). A rua dos relógios, catálogos de vertigens, adestradas sedes. Do horror você faz uma dança, na calçada da pupila, oriente do fundo, sereia microcosmo. Varrer o pouso, chover faróis. Trazer incêndios, pétala-estrela veia-luz, por não agüentarmos mais as paisagens belas e agradáveis, somos estátuas de deus. Monstros de papelão, noites de argila. Sylvester vai sangrando estrelas, vai sangrando estrelas (morrer levitando como uma palavra). Mulheres que sabem chorar. Quero rasgar novas janelas, na jugular do sol Stalonne, na jugular do sol, a inocência do camaleão.
RAINER MARIA RILKE
Palavras são pedras e dias são mapas, poetas criam sua própria ilha em um oceano de céu. Tudo é um grande oceano de céu, todos os segundos perdidos se reúnem aqui. Esquinas e mais esquinas de abandono, as pedras dormem, o pássaro é o umbigo da paisagem. Enquanto isso a cidade acorda em obscuro delírio, infinitas superfícies, delicada treva. O homem se torna igreja, o poeta esculpi suas nuvens, tudo não passa de um oceano de céu. Os desertos ardem, os braços desenham o caminho, todos os futuros estranhos se esclarecem agora. As mãos latem, que o corpo é o maior palco da vida você bem nos ensinou, mas a quem pertence o teu relâmpago? Os arrepios jardins além muros bustos em fina flor o afundar-se em pedregulhos o tempo fui. Teus anjos de destruição ao redor, a lei das musas, teus espaços seqüestrados, escultor de folhas secas, profeta do fundo do mar. Qualquer queda ou vôo, teus dados, o encaixe do mundo. Tuas rochas sustentam o impossível, de todas as meias-noites criva teu grande borrão, um véu tão leve que nem reparamos no choro da multidão. Nosso caminho de ar, se Marte fosse um espelho vazio teus olhos teriam composto. Os dias inúteis, nova beirada, solidões plásticas, o grande sossego das coisas. Teus reis se despedaçam, todas as faces se confundem na tua. Estamos aqui para assistir você tomar posse da luz, acolher luz, conquistar luz, seqüestrar espaços.
7A

Um comentário:

Unknown disse...

O poeta contemporâneo Vs. o poeta ancestral! Batalha maior que entre Rocky e Apolo! Salve Rainer Stallone!