28 de jun. de 2007

os mapas

dormir nos segundos,
só te beijar aos meio-dias.
(um xerife sobrenatural)
o branco imundo do mundo.

penhasco retorcido pelas vitrines,
(não éramos nem os donos dos mapas)
pegadas no noitecer,
só nos resta abismar quando explodir.

se diz do animal que realiza a maior parte das suas funções
como o verdadeiro reflorescimento à noite,
para esses estão reservados as luas (mapas) dos meio-dias.

7A.

21 de jun. de 2007

em obras

uma televisão dadaísta.
um porco afogado em mescalina,
e eu roldana no tempo banheira da imensidão
e eu alarme de poeira
verdade flutuante
anjo do mundo.

ampulheta de vazio,
bosque escandalizado,
vestido luzido entupido todo de jornal,
mecânicos playgrounds,
os relógios não me matam,
rainhas cruéis não me fazem chorar.

um tigre ruge em caos-nenhum,
réguas de ritmo,
dicionários de brinquedo,
ilha de monstros galáxias nos olhos.

câmera na floresta de vertigens em que o poeta se perde e se salva.
o silêncio de rimbaud.

sento com um cata-vento na mão
telefones de ruína.
o rádio me desligou por dentro.
inúteis carnavais.
van gogh procurou outro amarelo quando a tarde caiu.
o semáforo marcou azul.

7A.

20 de jun. de 2007

SETE FLAPS

E vai rolar a FLAP! Maiores e todas as informações:

http://docs.google.com/View?docid=ddbwjx84_52fwkcv8

Eu e Augusto vamos esse ano fazer ôla! (como escreve isso em espanhol, Domingos?)

O Domingos não vai poder ir pra Sampa porque vai participar de um coletivo de artistas plásticos aqui no Rio cuja abertura é justamente no final de semana da FLAP. Como eu não vou no lance dele, não tenho a mínima idéia de hora/local, depois ele esclarece.

Portanto paulicélicos, aguardem-nos! Nosso chiado carioca fará coro com o da Bruna, que já ganhou o título de nossa oitava passageira.

hasta!

16 de jun. de 2007

COLONIA

a jangada de pedra
na margem de um rio
eu e ela terceira margem
caminhando nas comportadas ruas espanholas
tropeçando nas pedras derramadas das ruas portuguesas

um farol
gota vermelha solitária
lanterna de uma angústia de prata

o silêncio de outros séculos
conversa canina na madrugada

o frio do além trópico
e um sol que se põe efervescente
na plantação longínqua
de um rio horizonte...

7D

Colonia é uma cidadezinha no sul do Uruguay. No post "jangada de pedra" tem uma foto da cidade!

12 de jun. de 2007

tigres de caos-nenhum

o amarelo de Matisse, os amantes viram estátuas nas inchações de seu ventre.
pães de pedra, a ilha só existe na alma, uma orquestra com suas tripas de lua.
eunucos de gelatina, o grande set ao vivo da cidade, um meta-índio.
(fico com os tecelãos do rap, os desertos de sangue e seus safaris)
por onde passa o anjo mecânico deixa seu rastro.
maquinarias de poeira, a grande sombra: todos os prédios deveriam se chamar Lautreamont.
dançando flores atômicas nas esquinas elétricas, o rei beckettiano
de mecânicas pernas e coração de lata.
(ninguém nunca escreveu um poema em uma casca de ovo)
teu celular caiu na minha xícara de chá. abuse da sua alma de espelho.
fazer uma pegação com Kaváficis. teu orientalismo é pura publicity.
Chacal vestido de sheik em um plainante picadeiro macro-pop.
Propagandas de antologias taoístas não devem encorajar o consumo excessivo, nem menosprezar a importância da alienação saudável.
(o solilóquio vital, a experiência como o fracasso que deu certo.)
PEÇA PARA MAMÃE COMPRAR A SUA SPARTA KANTIANA.
noitetechnicolor, noitetechinocolor,
cansado de enriquecer a merda dos floristas.
7A.