24 de fev. de 2008

para paulo ricardo, mariano marovatto, humberto gessinger e domingos guimaraens

o sol de madrugada é esse espelho de sombras,
caleidoscópios se esclarecem.
as sobras dos nossos melhores quatro amigos que nunca virão,
olhos onde o meio-dia respira e brilha no vazio dos metrôs e vestidos-alucinações de nossos altares de risos e rubras lâminas, purpurinas.
quanto tempo dura um instante?

outros eclipses virão,
poetas domesticados discorrem que o único metrônomo possível é o coração.
plantões de iludidos na rendição da nossa gema que voa,
a paz de um velho mestre do blues,
da primavera naftalina,
toda noite esse cinema mudo de tijolos e esses colchões de ar,
na vitrine daqui alguém resolve que os helicópteros girem por essa estrada de palavras invisíveis,
o canto do quarto é reluzente nesse chão de cicatrizes
(o ritmo é um vazio bumerangue)
nesse sorriso de quem só quer parar o tempo,
o veneno só faz bem.

essa bandeira torta que se perde nas cidades movediças avenidas ao avesso.
os tigres cravaram as garras no horizonte
mas a aurora é de calma

somos todos desastronautas
(o grande lance é sobreviver)
violinos desafinados quando a noite desaba.
OUTROS ECLIPSES VIRÃO.

2 comentários:

Anônimo disse...

esse é um poema processo que não termina nunca.........

a luz do grande prazer é irremediável neon

afoxé

Anônimo disse...

Nunca me senti tão representado em um poema! Salve 7A! Everlasting Evoé!

7D