28 de mai. de 2008

primeiro solilóquio escrito com 7 mãos

Por que os heróis norte-americanos são tão aristocráticos como dizia Tocqueville? O Próprio Tocqueville já profetizava que a mídia norte-americana teria função de poder intermediário contra o despotismo do estado, mas funções hierárquicas da aristocracia estariam presentes também. Por que o dionisíaco norte-americano é tão cheio de perversidade e acende tantos anti-heróis? Onde estará o novo rei da sujeira Larry Flynt dos feitichismos e supermercados de amor para nos desumanizar? Por que Che Guevara virou mito de guerrilheiro POP sem nem mesmo ter pisado nos Estados Unidos. Mesmo tendo dizimado a população camponesa boliviana? Sem os EstadosUnidos da América contra quem a esquerda cafajeste iria lutar? Para quem a direita iria se vender? Será que as igrejas se voltariam novamente para a metafísica mesmo ela estando fora de moda?

Como a liberdade pode produzir o multiculturalismo dos guetos de entertainement? O nome poético dos estados Unidos da América roubou o Texas e a California para colocar cercas elétricas, quando na verdade também alimentam e necessitam desesperadamente do trabalho ilegal dos estados Unidos do México? Por que os Estados Unidos do Brasil não deram certo como República e duraram menos de cinco anos? E os Estados Unidos da Vertigem?

Quem é o grande Dionísio norte-americano? Madonna? A nós não nos interessa os sorrisos gradeados. Muito menos a espetacularizaçao de tudo, quando a própria educação pela bíblia e pelas comunas das associações voluntárias dos desejos bem compreendidos das comunas formou intelectuais mais perto da massa, porque a multidão só foi inventada pelo FLA-FLU, como bem nos esclarece Nelson. São intelectuais públicos como a Susan Sontag em Zelig, e até Mc Luham de Manhattan poetizando as televisões que profetizavam a aldeia global que não se realizou.

Nosso imaginário é dos filmes B, a nostalgia dos 80 que não aconteceram. Será que um dia haverá fraternidade entre as Américas do Universo? Será que nossa demonização do industrial (o grande monstro Molloy entre os edifícios da Quinta ou Lexington Avenue) , quando o demônio somos nós mesmos. Não seria essa uma visão francesa da labiríntica Paris, paisagem do exagero? Desde Baudelaire não encaramos a cidade como assombro do desmaio no transbordamento de ruínas e os tecelões de sub-mundos. E as highways siderais que não deram certo? E a alta contemporaneidade que faz de sua oração a volta aos labirintos, ao presente do presente dos escombros, a construção pelos estilhaços de passados. Mas não seria este o perder-se lúdico do modelo órfico de restauração da unidade universal?

Seremos só o espetáculo de nós mesmos? E a hiper- realidade do fliperama nos paralisa? Tudo é tão real que explode. A nossa memória afetiva não possui proximidade suficiente para gerar a decadência da imagem, é só a representação sem cheiro, mera estátua da alegoria. Californiam Dreams versus os Inocentes do Leblon. Mesmo com Brandon Walsh, os Estados Unidos são muito mais inocentes do que o Leblon. Os americanos choram todos os dias. Os alienígenas são feitos dos plásticos de Los Angeles, assim como todos os bueiros de Los Angeles são feitos na Índia. Los Angeles é o que São Paulo queria que o Rio de Janeiro fosse? Um pan-americanismo é tão delirante quanto um pan-africanismo.

Baywatch é uma melancolia sem charme. No Posto 9 se bate palma para o sol apolíneo, se bate palma para o cotidiano eterno. Aqui não é o espetáculo do único, mas aquilo que sabemos que só deixará de existir no dia que o mundo explodir e Steven Spielbierg descobrir. Até os idiotas batem palma para o sol.

Cidades de borracha para testes nucleares são bem possíveis. Perto do Cassino da Urca, os hospícios de Las Vegas não têm charme nenhum, embora Atlantic City seja um máximo. Imagina se o teatro Apolo decolasse para a Lua? Astronautas do vinho em Houston. Imagina se a missão Apolo virasse Missão DIONÍSIO? Somos pela Missão Dionísio em Marte. Pelo Piuaí para a palestina, já que não é a toa que Gerald Thomas defende que os Estados Unidos são a Nova Jerusalém, e a maioria dos problemas do mundo estariam resolvidos se Israel fosse transferida para Denver. O Holocausto é terrível, inegável, mas uma reprodução cinematográfica também, já que se você pega a colonização espanhola dos povos indígenas, esses foram dizimados e não tiveram voz. Não existia pólvora, nem jornal, muito menos câmera. Os iraquianos continuam calados.

Os baianos são os judeus do mundo, e todos nós somos charmosíssimos. Queiram ou não Carmen Miranda foi nossa primeira antropofágica da indústria. Em muitos transes para além do sexo, ela é nosso James Dean. E esse livro é a montagem de rolos aleatórios de Terra em Transe. O nome do processe é amor América. Sempre vai ter a Tropicália da vez. A música brasileira não é mais exótica no mundo e a língua portuguesa brasileira é um que um dia foi a música francesa nos anos 60. Será que Oswald ainda nos soluciona e sempre solucionará? Vivemos cicatrizes. O Brasil está chegando, ainda não chegou.

Kurt Cobain é o maior suicida americano, e sempre esse lance da Dionísio trágico se dilacerando na mulher. Os Estados Unidos possuem essa ilusão que os mitos não morrem. O cemitério de automóveis deles é uma grande caixa forte fechada por dentro. O que aconteceria se na Grécia tivesse televisão? Seria televisionado os poetas sendo expulsos da República ao vivo?

O entreternimento se espatifou, estilhaçado, mas também espalhado. Todo idioleto virou um idioma. A internet é uma criação das universidades norte-americanas para interligar os estudos científicos. Diferentemente da associação imediata que algumas pessoas fazem do elemento militar do computador com a vanguarda militar da avant-garde das tropas. A sombra na caverna criou a televisão.

Os gregos já viviam muito mais a representação. O teatro possui esse elemento de tamanha força que quando se representou a queda de uma cidade, suas ruas viraram um caos e a população saiu correndo. Mera semelhança com as pessoas correndo dos cinemas parisienses quando o trem descarrilado de Lumière chegou para estourar a tela.

Aqui vale também o que não acontece. Como a ciência dos erros em que um médico expedicionário espanhol leva o xamanismo da Amazônia ao Novo México norte-americano. Maio de 1968 representa a revolução de uma sociedade que buscava uma salvação, e era uma salvação pelo delírio. Mas hoje essa geração virou outra coisa. Burocratas do delírio. Saímos da passividade do macaco Kubrickiano de 2001 para o primata do narcisimo das pequenas diferenças.

Só a chegada de um extra-terrestre dentro das nossas próprias torres poderia unir a humanidade. O medo e o perigo geram a filantropia. A grande diferença é que os alienígenas não seriam messiânicos. Todos os golpes de marketing já foram usados. A TV não tem mais o que revelar, então vende a visão da janela de sua própria tela. E será que se Roma bombardeasse a Grécia com um cogumelo, criaria um museu celebrando o fato? Os gregos esperavam as estátuas, os americanos choram todos os dias. Amor.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Primo vc é gênio! Esse solilóquio tá demais! Vou dar umas mexidas aqui e ali e reposto!

Avantes

7todos