10 de nov. de 2008

Amoramérica épico(t center)

Adorei o post do Augusto. Ele disse pra gente falar bastante também, vou começar. E essa idéia de explicar "faixa a faixa" os poemas também é bem boa. Mais tarde faço isso também.

De fato é um livro bastante ambíguo e difícil de sacar, if we are talking about dummies. O livro é escrito por um grupo chamado Os Sete Novos, que na verdade são três autores. O título é Amoramérica, mas não tem nada a ver com o perfume da Natura e muito menos é uma apologia mongolizante (é uma apologia mongolizante sim, mas gengis-kahnamente falando...) aos EUA.

Pra entrar na onda do livro tem que fazer mais esforço do que catar marola no final do Leblon no clima bodyboarding. Aqui é onda de 40 metros, tow-in surfing em Santa Cruz, Califórnia.

Vamos partir de Édouard Glissant, que é um negão da Martinica que eu tô adorando ler. Além do mais, negritude tá na moda, li no jornal Extra.

Glissant fala que todas as culturas atávicas vivenciaram um início literário épico. Confere? Confere. "Os grandes livros épicos fundadores da humanidade são livros que dão segurança à comunidade quanto ao seu próprio destino". Confere? Confere. Mas aí vem a parte que nos cabe:


"Tenho a impressão de que uma literatura épica nova, contemporânea, começará a despontar a partir do momento em que a totalidade-mundo começar a ser concebida como comunidade nova. Mas temos que de considerar que esse épico de uma literatura contemporânea será transmitido, ao contrário dos grandes livros fundadores das humanidades atávicas, através de uma fala multilingue 'dentro mesmo' da língua na qual for elaborado. Essa literatura épica excluirá também a necessidade de uma vítima expiatória, tal como esta aparece nos livros fundadores da humanidade atávica. A vítima e a expiação permitem excluir aquilo que não é resgatado, ou então 'universalizar' de maneira abusiva. A nova literatura épica estabelecerá relação e não exclusão".

Amoramérica funciona assim. Não universalizamos de maneira abusiva nada. Estabelecemos a relação. Não partimos de uma raiz única (alou Deleuze!), fazemos rizoma, vamos de encontro a todas as raízes. E somos contra as raízes únicas (dá pra perceber no livro que as tais culturas atávicas são os principais alvos do nosso "bom humor"...)

Épico rizomático. Mais uma das milhares de definições possíveis para esse livrinho.

A América é de todos, self-service.

7M

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